quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cansadxs e sem tempo, mas ainda respirando...

Umas coisas pra pensar:


FEMINAZI: porque exigir que seu gênero seja tratado com dignidade é a mesma coisa que invadir a Polônia...


Hum, interessante! Deixe-me registrar isso na minha listinha de "coisas para as quais estou pouco me fodendo".




 Você tem o direito de ter sua opinião e eu tenho o direito de dizer quão idiota ela é!





Comece uma revolução, pare de odiar o seu corpo.

domingo, 4 de setembro de 2011

Utópico

COMO eu queria um mundo sem machismo, sem especismo, em que eu não tivesse que militar.
em que eu pudesse só escutar as minhas músicas preferidas e andar a esmo, sem nenhum compromisso de chegar a algum lugar, dizer onde estive, sem nenhum risco de me estuprarem, sem risco de me roubarem. um mundo em que cada casa pudesse servir de abrigo, em que cada pessoa fosse anfitriã, onde não fosse necessário documento, em que as pessoas fossem ingênuas e virgens e não conseguissem sequer
imaginar o que significa "medo".
um mundo em que eu me vestisse só pra espantar o mosquito e o frio.
em que eu tivesse que correr só pra me divertir.
em que eu tivesse que escrever só pra me lembrar do que é bom.
em que eu não tivesse que ler o rótulo pra saber se o produto é feito à custa da exploração de um outro ser vivo.
aliás, um mundo sem embalagens. onde eu pudesse ver através dos rostos.
um mundo com um balanço pendurado em uma arvore, pra balançar a tarde toda tentando ver o outro lado do horizonte.
um mundo cheio de pássaros debandando para o sul.

Um mundo tão perfeito quanto uma música mal executada ao piano. Onde os erros, acidentais, não ferem os ouvidos. Antes, o erro fortuito de um dedo brincalhão adverte-nos para o fato de que a música nunca se repete: cada execução é única, e é única em suas imperfeições, em seus erros.

Um mundo onde eu não tenha que lutar, em que eu viva apenas e apenas para mim mesma. E assim, sem dever nada ao mundo, que eu finalmente me conheça. Onde meu desejo não seja moldado nas formas da opressão que eu vivi. Que meu desejo não seja podado pelas lâminas da violência simbólica.

Um mundo em que, todos iguais, fossem todos igualmente amigos. Iguais, igualmente amantes. Iguais, igualmente irmãos. Iguais, pouco importaria se hoje é a última vez que nos vemos na vida: seu rosto refletir-se-ia em todos os demais, e meus braços, iguais a todos os outros, nunca deixariam saudades. E cada vez que você a alguém abraçasse, humano ou não humano, eu sentiria na brisa a carícia da sua lembrança. Simples assim. Na brisa do balanço que sobe e desce, enquanto procuro perscrutar o horizonte.