*Depois de escrever este texto, conversei com algumas amigas para conferir se essa situação se restringia aos relacionamentos heterossexuais e concluí que não. Relacionamentos abusivos estão presentes entre gays, lésbicas, pessoas trans*, de forma que, mesmo que você não seja HT, muita coisa seja válida. Ainda assim, como não conversei com um número muito grande de pessoas, optei por deixar o texto como está.
Cerca de uma semana atrás, muita gente ficou chocada quando o desembargador Sidney Rosa da Silva declarou que o caso de violência de gênero de Luana Piovani e Dado Dolabella não poderia ser enquadrado na Lei Maria da Penha uma vez que a referida atriz teria condições materiais suficientes para não ser dependente de seu agressor. Sutilmente, como convém ao idioleto legislês, Sidney afirma que, para concluir que “é público e notório que a indicada vítima nunca foi uma mulher oprimida ou subjugada aos caprichos do homem", basta "uma simples análise dos personagens do processo", e fecha sua conclusão afirmando que a lei não pode proteger Luana uma vez que sua relação - de dois anos e quatro meses de namoro culminando em um noivado - com Dado não era estável. Ou seja: a justiça brasileira entende que a Lei Mari da Penha é a medida pela qual você premia uma mulher, de preferência morta, pela sua submissão. Tente andar na linha do patriarcado, ou quem vai ser julgada é você - ou só eu entendi que "uma simples análise dos personagens do processo" faz clara referência à vida amorosa pregressa da atriz?
Muita gente tem dificuldade de acreditar nessas situações. Ainda é muito difundida a ideia de que a única desigualdade que existe entre homens e mulheres é a econômica, e que uma vez esta superada, a sobrevivente é que é uma otária, que está tendo o que merece, ou na máxima Nelson-rodrigueana, "gosta de apanhar". Mas a gente sabe como nossas subjetividades são construídas, como somos representadas na cultura popular ou de massas: uma mulher, em termos de narrativas dominantes, só é completa na presença do Amor. Só somos seres plenos, nossas vidas só são válidas, se estivermos inseridas afetivamente num projeto de família burguesa que envolva a doação sem limites de nossos corpos e mentes para a empresa amorosa. Algo está dando errado? Você não está se empenhando. Você está apanhando? Dê a outra face. E nesse contexto misógino, nós somos as presas preferenciais de abusos psicológicos
Eu nunca vivi um relacionamento que tivesse violência física; mas passei por dois, um longo e um breve, que foram marcados por um abuso psicológico severo. Lendo outros relatos de pessoas em casos semelhantes aos meus, levantei algumas características que se apresentam no momento inicial da relação e que podem ser um bom alerta de que nós estamos caminhando para uma furada.
1. O cara sofrido que te conta a vida inteira no primeiro dia
Geralmente, isso nos comove. Quando se vive perto de narrativas como A Bela e a Fera, em que o poder na mulher é traduzido como o de mudar a vida de um homem, muitas pessoas se sentem empoderadas ao se pensarem como capazes de salvar uma vida. Então, o cara chega para você e conta de maneira detalhada e amplamente dramática como ele foi vítima das piores situações da vida: preconceito, pobreza, alguma grave desilusão amorosa, perda de pessoas queridas... O que importa nesta narrativa não é a veracidade dos fatos: tudo pode ser verdade. Mas a escolha dos eventos é sempre baseada num paradigma em que o homem é a vítima absoluta e inconsolável, e aquilo que o flagela, seja uma condição financeira, seja uma pessoa, está claramente errado. Isso coloca a virilidade dele aparentemente em xeque, e o fato de ele escolher você para se abrir tão completamente joga você em uma dívida que, pode acreditar, vai ser cobrada depois. Porque ele é muito sofrido e não pode sofrer mais; qualquer coisa que você faça de errado será a gota d'água, e essa história de sofrimento vai ser invocada muitas vezes para igualar você a todas aquelas coisas e pessoas que destruíram a vida dele.
2. A grande prostituta
É uma narrativa comum, mas não imprescindível: meus dois relacionamentos abusivos passaram por esse momento, então acho que vale a pena contar. Já ficou claro, naquele primeiro dia em que o cara contou sua sofrida história de paladino da justiça, que ele é uma jóia rara em meio a todos esses caras babacas que só querem usar você. Ele é diferente, sensível, seu coração um cristal que pode quebrar a qualquer momento e que agora está em suas mãos. Então ele vai, didaticamente, contar a você uma situação passada em que ele fez isso com outra mulher. Esta, por sua vez, só queria brincar com ele - porque, aparentemente, o mundo está cheio dessas bíblicas grandes-prostitutas que vivem sua vida em função da vida dos homens. Nossa função é roubar, matar e destruir corações de pobres cavalheiros... e você não quer ser como ela. Mais uma vez, o paradigma "eu não fiz nada de errado e fui vítima da mais completa injustiça" vai se repetir, e você vai receber o encargo de redimir o seu gênero demonstrando quão santa você é.
Essa narrativa geralmente é falsa. No meu caso, foi um caso típico de friendzone, isto é, o cara tratou uma garota como um ser humano e daí concluiu que toda a sua cortesia tinha se transformada numa dívida sexual. E quando ela simplesmente o via como ele se comportava, "como um amigo", o cara ficou decepcionado, saiu falando coisas sobre ela para todas as mulheres com quem ele passou a se relacionar depois.
3. Você também é uma grande prostituta, mas eu perdôo você
Este não é seu primeiro relacionamento; no meu caso, não apenas não era o meu, como eu vinha de uma experiência de relacionamentos abertos, múltiplos relacionamentos simultâneos ou relacionamentos monogâmicos de curtíssima duração. Meu agressor, num primeiro momento, não condenou frontalmente meu comportamento, mas declarou que não gostaria de estar num relacionamento aberto. Eu propus uma monogamia temporária (gente, isso nunca dá certo), e neste momento ele deu a entender que, como minha natureza não era monogâmica (wtf natureza, galera?), teria dificuldades em confiar em mim. Eu lhe dei um tempo para pensar, algo como uma semana, ao final da qual ele me perdoou. Eu achei, na época, estranha essa lógica do perdão, já que eu não tinha feito nada contra ele, nem nada de errado. E essa lógica do perdão entrega os pontos: o cara vê você como propriedade, estando apto a julgar seu comportamento como se você sempre tivesse pertencido a ele - como um senhor que, antes de comprar um escravo, pergunta sua história ao vendedor.
4. Declarações de amor viram megaeventos
Para essas pessoas, é muito importante fazer declarações públicas no local de trabalho, de estudo, no círculo familiar. Isso é tudo o que seus colegas e parentes vão ver, e que vai lhe render a reputação de "bom partido": assim, quando você por algum motivo quiser contar algo que ele tenha feito e te desagradado, você não vai obter confiança de pessoas que são especialmente próximas. Porque essas pessoas abusivas sabem que, para instalar uma situação difícil de se sair, vão precisar afastar você de círculos sociais que são importantes. Se o cara sente muita necessidade de transformar declarações de amor em megaeventos, desconfie.
5. Pequenos eventos viram megabrigas
Lembra daquela parte em que ele já sofreu demais nessa vida, e que não aguentava mais? Neste momento você descobre que aquilo era uma ameaça. Obviamente, quem vai definir os limites do que ele não vai mais aguentar é ele mesmo: mas a partir disso, qualquer coisa que o desagrade vai virar uma briga incontrolável e o assunto sempre vai chegar em um momento no qual ele vai levantar todo o histórico de dor e sofrimento da vida dele, e comparar ao seu histórico de grande prostituta que ele está fazendo o favor de perdoar. Ficando claro, também, que não tem perdão nenhum, porque o seu passado vai ser para sempre um trunfo e objeto de chantagem.
6. Ninguém vai te amar como eu te amei
E essas brigas vão acabar em lágrimas (muitas dele...), e com o relacionamento terminando. Ele vai pedir para voltar muitas vezes, senão na maioria. As brigas vão, ciclicamente, ficar mais e mais violentas, mas os retornos vão ficar cada vez mais épicos, grandiloquentes, cheios de promessas, e um discurso sempre muito articulado demonstrando quase cientificamente que ele entendeu o problema e é um novo homem. E você vai ouvir frases parecidas com as que eu ouvi. Frases aparentemente líricas, mas que não têm nada de legal. Eu ouvi muitas vezes "Ninguém vai te amar como eu te amei". Para uma moça que está acostumada a pensar que o grande objetivo de sua vida é ingressar no paraíso do Grande Amor, essa frase é uma profecia assustadora. Nessa frase está subentendido, de fato, que esse cara é perfeito; que tudo o que ele fez foi certo, foi lindo, e se por acaso ele errou alguma vez, foi um acidente; sobretudo, essa frase quer dizer que você não presta - seja porque é promíscua, "gorda" (o que é "ser gorda" senão o que o patriarcado diz que é?), "feia" (idem do adjetivo anterior), porque você é uma péssima mãe, amiga, namorada, seja lá o que for... E que ele é a sua tábua de salvação, sem a qual você vai acabar sozinha e seca para todo o sempre.
Se você tem uma amiga que desapareceu assim que começou a namorar; se você vê o namorado dela sempre fazendo peripécias grandiosas para demonstrar seu grande amor; se todas as brigas dela terminam com o relacionamento desmanchado, fique alerta e dê um toque. Falo dela em terceira pessoa porque, assim como eu, ela não deve achar que esse relacionamento é abusivo. Porque não, não é fácil saber: quando você está isolada das amigas, da família, e quando toda uma cultura enaltece o sacrifício amoroso como o único valor que a mente e o corpo de uma mulher pode obter, fica-se confusa, alienada, triste, e pouco apta a tomar decisões. Eu precisei de muita ajuda; durante meses eu não conseguia fazer certas coisas sozinha. Eu demorei a recobrar a confiança em quaisquer pessoas, inclusive aquelas que estavam me ajudando.
No meu caso, o ciclo não chegou à violência física, mas pode chegar. E nesses casos, não importa o quanto a mulher receba de salário, porque a dependência e a opressão aqui envolvem as instâncias psicológica e sociais. Sim, essas pessoas precisam de ajuda - não reforce a ideia de que elas estão em dívida com seus agressores. Elas não estão. Você não está.
Já estive em um relacionamento assim e até hoje me sinto em dívida, mesmo depois de terminar. O pior é que, de um tempo pra cá, percebi como era abusivo, mas ainda me surpreendi lendo o texto e vendo como passei por todas essas fases. Nem uma semana depois do início do namoro, que começou dias depois do primeiro beijo, ele disse que me amava. Mais outros dias, chorou dizendo que não havia se sentido assim nunca. Colocou em muitas vezes toda a responsabilidade pela felicidade e infelicidade nas minhas mãos. Em situações onde eu não poderia conversar com outras pessoas do sexo masculino, ele olhava meu celular e computador enquanto eu tomava banho ou fuçava meus arquivos, eu me achava errada se qualquer coisa que o desagradasse fosse "descoberta". Quando terminamos, com ele colocando todo o peso em mim, claro, ainda fazia chantagem emocional e passou meses em contato, me fazendo sentir culpada. Prometia que nunca mais ia amar alguém daquele jeito e que eu nunca mais seria amada assim. Hoje não faz nem um ano e ele namora outra pessoa, fazendo as mesmas coisas. Fico feliz de encontrar textos assim e me conscientizar, de pouco em pouco, que a culpa não foi minha e que já era um relacionamento fadado ao insucesso. Obrigada.
ResponderExcluirSua nota no começo é verdade: sou gay e também já passei por um relacionamento assim. E é engraçado porque esse comportamento que você cita é de fato comum a toda pessoa que quer transformar o relacionamento numa situação de opressão e dependência. Desde o primeiro mês de namoro ele me fez acreditar que sua vida era uma droga e que eu era responsável por lhe salvar e lhe dar um significado. Ele era ciumento e mexia nas minhas coisas, controlava minhas amizades e minha vida particular. Pedi pra terminar duas vezes, na primeira ele conseguiu me convencer a voltar e prometeu que seria diferente (promessa que durou mais ou menos dois meses). Na segunda e definitiva, óbvio que botou toda a culpa em mim e me chamou de lixo. Pra coroar, concluiu que isso significava que amor era uma mentira e que nunca mais ia acreditar nessa ilusão...
ResponderExcluirEngraçado, eu já passei por relacionamentos abusivos, porém, nunca tiveram essa sequência. O meu problema, realmente, e outro dia eu percebi isso, é que alguma coisa no meu comportamento me coloca junto com homens de ego inflado e que não fazem cenas de ciúme, nem fazem drama, mas pouco a pouco tentam minar a autoestima de formas sutis, com comentários etc... Frases do tipo: "Se eu fosse fixado em beleza, não estaríamos juntos". Ou> "Nós não somos duas beldades". Ou: "Eu te aceito mesmo você já tendo passado pela mão de fulano e beltrano"". Ou> se terminarmos amanhã mesmo já estou com outra". "Você é arrombada" (detalhe, pau minúsculo). "O problema das amigas da minha ex é que elas davam em cima de mim, eu não dava bola, e elas iam falar mal de mim pra ex'." Nossa, tanta coisa. "Que bom que você não passou no teste senão seu currículo ficaria muito melhor que o meu". "Eu não preciso da mixaria que você ganha" etc.... "Se não fosse por mim, você estaria naquela vidinha assim assado". "Você estava perdida quando eu te conheci". "Vindo da pessoa que XXX (e relatava algo do meu passado sexual)", Foram tantos ególatras já meio exorcizados. Que fica até difícil lembrar muitas coisas.
ResponderExcluirJá passei por um relacionamento abusivo.
ResponderExcluirEle me afastou de tudo, uma simples tarde no cinema com as amigas era motivo pra ele chorar e me culpar por todas as coisas ruins da vida dele.
Ele me traiu diversas vezes, e agia como se eu fosse obrigada a perdoar devido ao meu passado com vários parceiros. (Antes do namoro)
No começo eu me sentia mesmo em divida e perdoei 2 vezes, quando eu decidi terminar ele começou a ameaçar se matar, chegou a me mandar fotos dele com arma na cabeça. Eu voltei com ele. E na ultima vez que terminei realmente e ignorei as ameaças de que ele iria se matar, quando viu que não havia mais jeito ele partiu pra agressão física e psicológica (as agressões psicológicas machucaram mais do que qualquer coisa)
Demorei um tempo até me readaptar novamente a tudo sozinha, a recuperar minha auto estima outra vez. Hoje não entendo como pude me deixar ser tão controlada, e quando terminei (8 meses atrás) me senti sem um enorme peso nas minhas costas depois deste relacionamento abusivo de 2 anos.
Passei por uma relação assim pela primeira e, espero, última vez; durou 2 anos, terminou há um ano. Com todos os ingredientes q vc descreveu, com exceção do item 4. Estou me recuperando bem, acho q porque esse não é um padrão na minha vida. Só q é difícil esquecer, tenho flashes de lembranças amargas, doídas, além de desejos mórbidos de q a pessoa morra ou se mate, apesar de nunca ter interrompido minha análise, q tem sido fundamental em minha recuperação. A única coisa q me preocupa no momento é o medo de não voltar a confiar em + ninguém, de nunca + conseguir amar. Há pessoas q querem se relacionar comigo, são homens dignos, q conheço bem, nada doentios, mas não consigo acreditar nos bons propósitos de ninguém mais. Lamento ter perdido a fé no ser humano.
ResponderExcluirpassei por isso.
Excluira primeira relação abusiva que tive foi com meu pai e a outra, "ególatra" com um namorado. acredite, passa. dói muito. mas uma hora passa.
passei por tudo isso (menos violência física) no meu primeiro namoro, inclusive a frase "ninguém vai te amar como eu" eu ainda tenho gravada na internet. terminamos e voltamos depois de um ano e meio, momento no qual passei pela fase em que ele se desculpava sofridamente e me pedia de volta, pois eu era "a única". infelizmente, só percebi depois de terminarmos pela segunda vez todas as mancadas e as minhas falhas por não ter percebido.
ResponderExcluirpor favor, escreva mais sobre isso. fiquei realmente assustada com o texto, parece que você conheceu meu relacionamento.
ñ tem a ver com "relacoes heterossexuais", sao abusos emocionais de relacoes amorosas desequilibradas, ja projetei e vivi a situação parecida (na ultima relação com meu parceiro)
ResponderExcluirProvavelmente esta risada acima tenha sido de um babaca inseguro que já fez isso com alguma mulher só para se sentir melhor porque não dava conta de sua ínfima existência!
ResponderExcluirAcho legal dar nomes aos bois, sabe? O lance é sair desmascarando todos esses agressores de uma vez, pra eles verem o que é bom...
ResponderExcluirGostaria de alertar sobre as características do agressor dos tempos modernos. Eles já não têm mais aquela 'cara' estereotipada: 'ele bebe, fica agressivo, e me bate quando chega em casa'. O agressor do nosso tempo e de classe média é extremamente inteligente e sutilmente manipulador! Pode chegar à agressão física sim, mas se controlam absurdamente para não deixar isso acontecer porque eles 'sabem' que se isso acontecer seriam facilmente identificados e descobertos. E se a agressão física chega a acontecer justificam sua atitude colocando a culpa nas atitudes de sua companheira: “Errei sim, mas vc tb errou comigo”. E vc se sente na obrigação de perdoá-lo. Então seguem seu objetivo através de articulosas artimanhas: chantagens emocionais, e falas discretamente agressivas (às vezes nem tanto), controladoras e muitas vezes cruéis. Por estas atitudes não serem obviamente uma agressão, vamos dizer assim a olho nu, fica difícil identificá-los. Muito bom o texto!
ResponderExcluirTem toda razão, muito bem colocado, é assim mesmo q as coisas acontecem com frequência cada vez maior.
ExcluirUm bom texto e quero reforçar aqui que essa violência não está restrita aos relacionamentos entre héteros. O patriarcado é tão sutil e destruidor, que esses padrões heteronormativos são reproduzidos de maneira consciente nos relacionamentos gays e visto de fora. Um exemplo disso é a típica pergunta "Quem é a mulher da relação?". Sempre há a comparação do passivo com a fêmea, o que é questionável tanto pela reprodução heteronormativa, quanto pela falta de correspondência com esses parâmetros macho-fêmea X dominador-dominado. Além disso, num relacionamento muito longo geralmente se intercalem os papéis sexuais e psicológicos. Até mesmo num relacionamento entre pessoas de sexo diferentes isso ocorre. A ideia a ser destruída é de que sexo e amor estão ligados à dominação.
ResponderExcluirCara, esse texto magoa. E não digo isso só por ser um homem cujas inseguranças já problematizaram as relações passadas, mas porque o texto dá a sensação de que esses homens querem ser assim, e que essa atitude descrita no texto é uma maldade deliberada. Bom, esta foi a impressão que _eu_ tive, né... Mas enfim, o que quero dizer é que muito homem que se relaciona de forma patológica tem boas intenções e quer fazer as coisas da melhor forma possível, mesmo não notando certas condutas inassertivas e não estando plenamente consciente dos seus atos...
ResponderExcluirEu terminei um relacionamento de mais de 6 anos, porque notei o quanto a minha namorada era submetida às minhas fragilidades, criando um cenário parecido com o que o texto narra... E eu sabia que ela não terminaria comigo, e que eu não conseguia ser melhor do que eu era naquela relação. Foi doloroso, profundamente doloroso... Mas eu terminei o namoro, e fiquei bastante introspectivo por várias semanas, pensando no que eu estava fazendo de errado naquela relação, como poderia ser, e como CONSEGUIRIA de fato ser. Atualmente, tenho um relacionamento à distância, e planos para conviver com a namorada atual... Mas, claro, vivo buscando não repetir os erros do passado, e vivo assombrado com as memórias das falhas que tive enquanto tentava constituir uma família com a minha ex. Mas até por conta destas questões, eu mantenho contato com a ex, e tento dar suporte com o que ela precisar, pois tenho um forte sentimento de responsabilidade com ela,e por mais que ela tenha bastante força de caráter, eu não posso simplesmente deixá-la à mercê da vida depois que investimos tanto num relacionamento que foi um chão pra ela por tanto tempo, e que depois foi tirado da vida dela...
Lágrimas de testosterona não me convencem. Vá ser o paladino da justiça em outro lugar.
ExcluirSer um agressor bem intencionado não é o suficiente. Se você realmente tem um desejo sincero de não reproduzir esse papel, esqueça a ideia de intenção.
ExcluirMelhor a fazer é deixar pra lá. Se a vitima perdoar vai te procurar, se não, é melhor deixar pra lá.
ExcluirPor favor me ajudem, sofri abuso pela minha mãe que até hj é uma potencial agressora, sai de casa muito cedo e me cuidei sozinha durante muito tempo, tive relacionamentos rápidos e superficiais. Sempre tive medo de me parecer com ela fazer o que ela fazia, aliás pra me ofender bastava dizer que me parecia com ela. Tenho gravado na alma todas as marcas e feridas derivadas dessa relação. E o que eu mais temia por fim aconteceu. M e apaixonei aos 20 anos por um cara mais velho, muito doce , meigo, não sabia que era a minha vitima perfeita por sua incapacidade de se defender. Agredi ele por 7 anos sim eu sabia que estava fazendo tudo o que nunca quis mas é muito difícil se encarar no espelho e tornar consciente. é mais fácil deixar os dias passar fazer hj pedir desculpas amanhã, e ir levando.Colocar a culpa nele a responsabilidade do meu comportamento etc.
ExcluirSim muito obrigado vc colocou um espelho na minha cara.
O que eu não sabia é que ele sofreu abuso sexual na infancia e tentava conviver com esse trauma a 40 anos sozinho, e toda vez que o agredia e feria a alma o lembrava da sua dor e sofrimento. Ontem ele terminou comigo, me contou pela primeira vez como se sentia em detalhes, sim eu tentei fazer tudo o que os agressores fazem. Não deu certo, acordei e liguei pra um consultório de pscologia, não podem me atender essa semana. Então vim pro google procurar ajuda. ME RECUSO A SER ASSIM ME RECUSO A SER A MINHA MÃE A FAZER QUEM SE "AMA" SOFRER se é que isso é amor, quero aprender a amar, a me relacionar quero ser feliz fazer as pessoas ao meu redor feliz EU TENHO QUE TER CURA NÃO É POSSÍVEL. ALGUEM CONHECE ALGUM AGRESSOR QUE CONSEGUIU ISSO? POR FAVOR EU IMPLORO ME CONTE. Se não houver eu vou ser a primeira!
Fui agressor tmb em dois relacionamentos. Não procure a pessoa e procure um psicolo, vc só vai se magoar mais e a pessoa que vc ama, eu penso em me matar todos os dias por causa desse relacionamento abusivo que tive e por ela nao me perdoar. Acho que fui um pouco vitima tmb mas não vem ao caso. Eu consegui não agredir mais com ajuda de amigos mas ainda vou procurar um psicologo pq pelo que parece a unica forma de sair disso.
Excluir"Eu terminei um relacionamento de mais de 6 anos, porque notei o quanto a minha namorada era submetida às minhas fragilidades, criando um cenário parecido com o que o texto narra... E eu sabia que ela não terminaria comigo, e que eu não conseguia ser melhor do que eu era naquela relação. Foi doloroso, profundamente doloroso... Mas eu terminei o namoro, e fiquei bastante introspectivo por várias semanas, pensando no que eu estava fazendo de errado naquela relação, como poderia ser, e como CONSEGUIRIA de fato ser. Atualmente, tenho um relacionamento à distância, e planos para conviver com a namorada atual... Mas, claro, vivo buscando não repetir os erros do passado, e vivo assombrado com as memórias das falhas que tive enquanto tentava constituir uma família com a minha ex. Mas até por conta destas questões, eu mantenho contato com a ex, e tento dar suporte com o que ela precisar, pois tenho um forte sentimento de responsabilidade com ela,e por mais que ela tenha bastante força de caráter, eu não posso simplesmente deixá-la à mercê da vida depois que investimos tanto num relacionamento que foi um chão pra ela por tanto tempo, e que depois foi tirado da vida dela..."
ExcluirPura MANIPULAÇÃO PSICOLÓGICA esse teu parágrafo... se vc amasse tanto assim a essa mulher e se sentisse tão responsável assim por ela, estava ainda com ela, tentando melhorar com ela - não com outra mulher.
Se pode melhorar com outra mulher, por que não melhorou com ela?
Introspectivo? Sei... isso é papo, vc provavelmente só mantém contato com a sua ex se fazendo de amiguinho (com esse tom "azeite" de linguagem, à la Edir Macedo) porque quer dominá-la psicologicamente, quer no fundo ter a impressão de que tem PODER sobre ela e sobre a vida dela ainda...
E ela no mínimo deve ser co-dependente sua... e dá essa impressão mesmo, como vocês filhos da puta têm essa fala mansa, a gente pensa que "precisa" de vocês na nossa vida... mesmo que como "amiguinho".
NÃO. Não caiam na lábia de um mané desses. Um de meus ex tentou fazer isso comigo, e quando cortei TOTALMENTE o contato com o imbecil, implorou pra eu não fazê-lo, pois "precisava saber como eu estava"... responsabilidade? Com certeza essa mulher é MUITO mais do que VOCÊ... esse seu discursinho de pena é apenas mais uma forma de minimizá-la como se ela fosse uma criança dependente da porra do teu aval e do teu "cuidado".
Eu se fosse tua ex, nunca mais te dirigia a palavra - e foi o que fiz com esse ex meu.
Co-dependência JAMAIS. Muito menos após o final do relacionamento.
No mínimo você deve achar legal dominá-la sem ter a responsabilidade do relacionamento sobre as tuas costas. Se quisesse o bem dela, estaria lutando pra ser um homem melhor pra merecer essa mulher - ao ldo dela.
Ser melhor ao lado? Uma coisa que não rola mesmo nem Isso só iria piorar já que ele ainda tá com o discursinho de defender quanto mais perto mais possivel de se manipular, nesse mundo cão é cada um por si. Quanto a tentar manipular com fala mansa todos fazemos isso em menor ou maior grau, ou vc é uma pessoa perfeita. "certeza essa mulher é MUITO mais do que VOCE" me diga uma coisa: alguém que cai nessa teia é oq? (só vitima indefesa, já senti reações perversas de quem sofreu por se manipulada e terminou manipulando e usando a frase feita: "não confundo a reação do oprimido com a opressão do agressor").
ExcluirOla, bem como vcs sabem eu costumo ler esse blog de vez em sempre e acho os posts em sua maioria muito uteis. Gostei da primeira parte em que se critica o caso Dolabela e saquei na hora a critica ao "classismo" exacerbado que tb é muito minha.
ResponderExcluirMas vou fazer uma critica importante, uma fala que venho buscando amadurecer a muito tempo e espero que a recebam com o mesmo carinho e boa vontade com que busquei escreve-la:
De fato relacionamentos abusivos ocorrem quase sempre (existe relacionamento que não seja "abusivo"?) indiferente de gênero, sexo e orientação sexual. Mas em relação aos relacionamentos com pessoas trans* a sua fala parece um pouco fora de ordem. De todo espectro LGBTQWKL257, apenas aquelexs que se inserem na letrinha "T" têm como diferencial o de (des)construir papéis de gênero enquanto centro do discurso.
Assim, quando o texto usa referencias do tipo "o cara é assim", "a menina é assado", TENDE a um discurso cissexista, por que se cria um papél ideal de gênero, como se existisse uma série de performances que estivessem ligadas ao "cara" e "a mina" e que fosse universais, deslegitimando possiveis excessões a tais regras. (será que existem essas excessões?)
Comparando com o post anterior, parece uma necessidade de botar os "caras" numa "sinuca de bico". Ou se é "meloso" e "possessivo" ou se é "indiferente", "frio". Relacionamentos "perfeitos" além de serem utópicos, são "chatos" e são uma das marcas do tão mal-falado "amor romãntico" (ou não?). Ninguém tem a obrigação de ser perfeitx, a amioria dos relacionamentos se acabam por pura falha de comunicação.
E não havendo espaço para falhas "éticas", que podem muito bem ser relativizadas, o que resta? O niilismo? O biologicismo? O "deus ex-machina", que tb é uma das bases do Amor Romãntico? O padrão social? Padrão definido por que(m)?
Me desculpem se disse alguma besteira (provavelmente disse várias, aproveitem minhas intervenções, minhas provocações, e considerem minha boa vontade ao mais uma vez "invadir" o seu espaço virtual -o blog de vcs está a muito tempo na minha lista de 'feeds' e sempre acabo dando uma olhadinha;)
PS: É óbvio que não se trata de proteger ou justificar opressões machistas, mas como sempre digo, opressão de gênero não é só quando bate, mata, humilha; e violência simbólica e psiquica pode ser uma via-de-mão-dupla.
Vivo um relacionamento com muitas dessas características. Morava em outro estado, e conheci a pessoa. Logo no início a primeira coisa que ele me contou foi que tinha tido duas ex namoradas, que usavam ele como âncora emocional e um ex rolo que o usou depois dele se entregar por inteiro. Também gostava de dizer o quanto os pais eram alheios a ele, e tinham acabado de se mudar para outro estado e o deixaram sem pensar duas vezes. Contou que o pai agredia à mãe e a ele e aos irmãos. Fez a imagem do cara independente, mas posteriormente, descobri que mantinha com a mãe uma relação muito simbiótica. Já falou em namoro na primeira semana. Mesmo em estados diferente, ligava quando eu saia com amigos, meigamente perguntava que horas eu voltava para casa, mesmo quando eu voltava do trabalho, ele tentava controlar horários dizendo que estava preocupado comigo. No primeiro encontro, chorou dizendo que a ex namorada o tinha obrigado a bater nela durante as relações sexuais, que a primeira namorada impôs uma abertura de relação que só era proveitosa a ela, e que só rompeu com ela por nunca ter tido apoio. Enfim... Quis casar com um mês de relacionamento (somos casados, creiam-me). Me senti culpada, pois, venho de uma família muito complicada e tenho dificuldade em confiar nas pessoas, e quando ele era muito grudento eu costumava ser fria. Por fim, me senti culpada e vim para o estado dele. Larguei tudo, transferi minha OAB, pois, sou advogada. E, já cheguei tendo surpresas reveladoras muito ruins. E, o pior foi descobrir que essa pessoa é incapaz de dizer a verdade, ainda que se tenha fé, ainda que se tenha paciência, e, ainda inverte a situação, dizendo que eu não confio, ou não estou 100% na relação. Ele já me bateu, já me expulsou de casa, eu tentei suicídio no final do ano em que tinha vindo para cá, fui parar na U.T.I, aprendi a me cortar, pensava em pular da kitinet onde vivemos. Nunca me deu reforço positivo, embora seja carinhoso e de agradar. Mas, a cada briga tudo isso é jogado no ventilador. Hoje, faço tratamento com psiquiatra e terapeuta. Vivo momentos difíceis, pois, para ele soltar sua mão é motivo para drama. Não conheço quem ele é, pois, embora tenha descoberto fotos de sua última ex nua no pc, salvas na véspera de minha vinda, ele diz que não quer falar do passado, pois, não guarda na memória o que passou. Quando estive doente (várias doenças que nunca tive surgiram, como a hipotiréoide por ex...), física ou psiquicamente, ele jamais me apoiou. O maior erro é contar algum problema a ele, pois, só serve para ser mais um calcanhar de Áquiles. Frequentei o MADA algum tempo, por indicação da minha terapeuta. Para os amigos dele, quando eu estava doente e ele tinha que desmarcar algum encontro, ele dizia que eu era bipolar ou problemática. Assim, como jamais facilitou a amizade entre e u e sua mãe possessiva. Todas as suas ex são descritas como meninas que o usaram, embora tenha tentado retomar contado com duas ex namoradas. Uma aceitou, a primeira namorada não. Mas, ele é tão ambíguo que conversava com a última ex que aceitou voltar a falar com ele, mas continuava a descrevendo como uma pessoa 'psicopata' nas palavras dele. Tenho tentado sobreviver, com a ajuda de uma excelente terapeuta, e me preparar para me desvencilhar dele, pois, ele matou muita coisa bonita que eu sentia por ele. E, quando eu vim viver com ele, eu realmente acreditava que se tratava de uma pessoa honrada, com a qual eu tinha errado muito, e que se eu tivesse paciência e soubesse conversar, sempre falaria a verdade para mim. Há detalhes que não posso nem revelar.
ResponderExcluirCresci num lar com um pai dominante e abusivo e uma mãe religiosa e fanática - então esse foi meu referencial por muitos anos... apanhar e aceitar! Tive vários namoros onde fui agredida tanto fisicamente quanto psicologicamente e como esse era meu padrão mental de amor eu aceitava achando que isso era "amor". Era como se eu tivesse um imã que atraísse todos os tipos de trastes que estivessem a meu redor. Alguns faziam planos para a minha vida pessoal e coisa e tal e eu até gostava. Cheguei até a ter um chefe abusivo que me humilhou em público na frente de um monte de desconhecidos porque estava frustrado. Até que um dia acordei para a vida e comecei a me valorizar. Comecei verdadeiramente a me afastar de tudo e todos os que me faziam mal e estou sem relacionamentos há 3 anos. Quanto ao chefe abusivo o mandei pra puta que o pariu e mudei de departamento. Foi durante esse tempo que percebi o quanto eu não me amava e comecei a trabalhar isso em mim. Hoje posso dizer que me amo de verdade e os homens sentem isso no meu olhar, por isso se afastam. Mudei muito como pessoa e NUNCA MAIS aceitarei maus tratos!
ResponderExcluirEu apenas gostaria de dizer que acabei de conhecer o blog e nunca havia sentido que algo dissesse o que eu queria dizer tanto quanto esse texto o fez. Por que eu passei dois LONGOS anos sofrendo esse tipo de abuso e agora finalmente estou livre. E lutando por liberdade. Parabéns pelo brilhante texto.
ResponderExcluirPor favor me ajudem, sofri abuso pela minha mãe que até hj é uma potencial agressora, sai de casa muito cedo e me cuidei sozinha durante muito tempo, tive relacionamentos rápidos e superficiais. Sempre tive medo de me parecer com ela fazer o que ela fazia, aliás pra me ofender bastava dizer que me parecia com ela. Tenho gravado na alma todas as marcas e feridas derivadas dessa relação. E o que eu mais temia por fim aconteceu. M e apaixonei aos 20 anos por um cara mais velho, muito doce , meigo, não sabia que era a minha vitima perfeita por sua incapacidade de se defender. Agredi ele por 7 anos sim eu sabia que estava fazendo tudo o que nunca quis mas é muito difícil se encarar no espelho e tornar consciente. é mais fácil deixar os dias passar fazer hj pedir desculpas amanhã, e ir levando.Colocar a culpa nele a responsabilidade do meu comportamento etc.
ResponderExcluirSim muito obrigado vc colocou um espelho na minha cara.
O que eu não sabia é que ele sofreu abuso sexual na infancia e tentava conviver com esse trauma a 40 anos sozinho, e toda vez que o agredia e feria a alma o lembrava da sua dor e sofrimento. Ontem ele terminou comigo, me contou pela primeira vez como se sentia em detalhes, sim eu tentei fazer tudo o que os agressores fazem. Não deu certo, acordei e liguei pra um consultório de pscologia, não podem me atender essa semana. Então vim pro google procurar ajuda. ME RECUSO A SER ASSIM ME RECUSO A SER A MINHA MÃE A FAZER QUEM SE "AMA" SOFRER se é que isso é amor, quero aprender a amar, a me relacionar quero ser feliz fazer as pessoas ao meu redor feliz EU TENHO QUE TER CURA NÃO É POSSÍVEL. ALGUEM CONHECE ALGUM AGRESSOR QUE CONSEGUIU ISSO? POR FAVOR EU IMPLORO ME CONTE. Se não houver eu vou ser a primeira!
Procure não ir atras da pessoa, é pior para ela e para vc. Tente conversar com quem já passou por isso e procure um psicologo a tendencia é piorar cada vez mais. Até suicidio tentei varias vezes.
ExcluirTive alguns relacionamentos assim... um deles era super bonzinho, dava presentinhos e etc... mas eu nunca pude contar com ele como pessoa pra me apoiar.
ResponderExcluirOutra coisa que acontecia era que ele queria sempre me manipular pela culpa ou pelas lindas palavras, ou dizendo que não conseguiria viver sem mim. Foi que não aceitei abuso dele e ele mesmo acabou terminando, pois de duas uma: ou mudava (o que nunca acontece, ao menos não sem um grande esforço e força de vontade) ou eu terminaria. Quis manter contato comigo de maneira manipulativa, como se fosse meu "amiguinho". Eu não quis; já não bastava a quebra de confiança que ocorrera no relacionamento, ainda ia ter que ficar falando com ele como se nada houvesse acontecido?
Ele ficou um mês inteiro me mandando recadinhos pelo então popular Orkut, dizendo que não podia viver sem mim, dizendo que quando arrumasse a situação financeira dele (é desempregado crônico) ia querer voltar comigo... não cedi.
Depois tive dois relacionamentos curtos onde a indireta e as sutis "agressões" permeavam o relacionamento. Em um dos casos terminei, no outro o cara terminou comigo - basicamente porque não abaixei a cabeça; ele ficava cismando quando eu ia em eventos sociais, sendo que ele não ia em nenhum, e também queria sempre um relatório completo de como eu estava vestida ou maquiada. Hoje vocifera contra relacionamentos e diz que nunca mais vai namorar porque é perda de tempo e dinheiro - como se eu houvesse feito um grande mal a ele.
Só não houve o "slut shaming" da Grande Prostituta porque, acreditem, eu era virgem e ainda sou. Um deles, com quem terminei, chegou a insinuar que eu mentia, pq tivera namorado antes dele. Mas o resto, teve tudo: a atitude de bonzinho, o coitadismo, tentar fazer-se psicologicamente intimo em menos de uma semana, etc.
Isso é pra demonstrar que mesmo com mulheres que eles adoram chamar de "direitas" (aka virgens) o tratamento é ruim do mesmo jeito.
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ResponderExcluirCompreendo o problema que é agressão física ou psicológica, e que provavelmente é mais frequente um homem fazer isso do que uma mulher, mas acho que as associações aqui feitas são perigosas. Ao relacionar um perfil tão geral de alguém como um potencial agressor você está incentivando mulheres influenciadas por este meio a fazer esse pré-julgamento com grande chance de erro.
ResponderExcluirPercebi a nítida tendencia de colocar homem como um perigo em potencial e mulher como uma vítima em potencial, só pra mim parece tão óbvio que não há essa distinção? Não depende de gênero pra isso ocorrer, mas já se cria uma defesa automática para essa contestação: homem falar isso é apenas drama.
Ao observar estes dois pontos já cai bastante em credibilidade o exposto, embora bem redigido e com uma ótima intenção. Sei que o foco é para quem comete certas atitudes reprováveis, não homens em geral, mas repetindo: os perfis aqui citados são muito gerais e incentivam um pré-julgamento errôneo.
Não há método revolucionário para identificar esses temidos ''agressores'', precisa se conhecer o indivíduo em si, não um estereótipo traçado de maneira extremamente pessoal.
Não tiro nem ponho nada no texto, sou agressor. Não só preciso como já procuro ajuda.
ResponderExcluirObrigado.
Enfim, as mulheres são sempre vítimas e os homens sempre culpados. Se o homem tem uma fragilidade/vulnerabilidade ele é um manipulador mentiroso.
ResponderExcluirSe a mulher tem uma fragilidade/vulnerabilidade ela deve ser respeitada.
Isso se chama injustiça.
Interessante que a matéria não trás exemplos de manipulações e agressividades das mulheres em relações aos homens.
ResponderExcluirÉ incrível como as mulheres estão sempre certas! Elas não erram nunca!!!
se você não percebeu a autora cita que existem mulheres que também fazem isso, mas é muito mais fácil encontrar mulheres passando por esse tipo de situação. QUERIA VER COMO VOCÊ OPINARIA SE VOCÊ VISSE TUA MÃE OU IRMÃ PASSANDO POR UM PROBLEMA DESSE.
ExcluirAnônimo das 16:13, o dia em que os homens pararem com essa palhaçada de mentirem pra conseguirem o que querem (sexo ou status social), pararem de fingir que amam quando não amam, pararem de tratar a mulher que nem otária e dialogarem francamente com ela em vez de ficarem com joguinhos podres, aí quem sabe possa-se dizer o contrário.
ResponderExcluirTudo que foi exposto no texto é verdade, acontece muto frequentemente e infelizmente pega às mulheres mais ingênuas pois elas ainda acreditam que aquelas palavras possam ser verdadeiras.
Aí depois que a gente fica desconfiada, o problema é a gente... e não o histórico que já passamos com vocês. Pois é!
As mulheres também agridem, mas em frequência bem menor do que o homem.
ResponderExcluirHá um livro intitulado "The gift of fear" onde o autor faz referências especialmente a homens abusadores, porque segundo ele mesmo, homens ainda são a maioria nessa situação.
Mas é claro que uma mulher tbm pode abusar, só que de outras formas. Que mulher, por exemplo, cobraria pelo passado sexual de um homem, quando segundo o que a sociedade dita, quanto mais mulheres um homem teve melhor? A mulher pode fazer isso usando de outros subterfúgios e não exatamente do modo que está narrado aí.
JL
ResponderExcluirTambém passo por esse tipo de situação. me vi muito bem no exemplo da grande prostituta. No perdão que ele por vezes colocava em questão se eu merecia. Sim e é real as brigas vão ficando cada vez pior. Já percebi inúmeras vezes as articulações que são feitas para que eu me sinta culpada nas situações de briga, como se a culpa da briga do desentendimento fosse minha. O homem lhe rebaixa, lhe humilha, conhecem muito bem sua fraqueza e vai saber a maneira certa e a hora certa de usá-la pra te fazer se sentir a pior pessoa do mundo que ele está dando uma chance de dignidade. Que ele está fazendo o grande sacrificio de te perdoar. Eu já não tenho amigas, já não saio para passeios sem ele, é muito raro, geralmente minha mãe ta junto isso deixa ele mais tranquilo. Ele bebe, viaja, sai, basta querer para fazê-lo. mas eu preciso de seu aval, de sua permissão. por vezes me pego em ligações falando: me chamaram pra ir pra tal lugar. o que é que você acha? esperando uma resposta dele. para todos os lugares que vou preciso avisar, seu eu não atendo o telefone ele me xinga dos piores nomes possíveis. E aí vem a história da grande prostituta que vai traí-lo igual eu fiz com o namorado anterior. Diz que sou rodada, que já fiquei com vários caras. que ninguém vai querer uma mulher rodada.
E assim eu vou vivendo, vou sofrendo, da humilhação à um pedido de desculpas. E a certeza que antes que eu imagine ele vai está repetindo tudo outra vez. Ele me dizendo que existe mulher melhor pra ele.
Esse tipo de homem são muito inteligentes e sabem a maneira certeira de obter sua obediência, de prisioneira.
O pior é que você se deixa levar por esse discurso descarado e ainda se sente amparada porque ele é a Madre Tereza de Calcutá que está lhe perdoando e sendo seu namorado. MAS QUE ISSO PODE SER MUITO PESADO PRA ELE E ELE PODE NÃO AGUENTAR.
Li esse texto que uma amiga me mandou pq estou nesse exato momento tentando estudar e não consigo. Estava sentindo falta dele, mesmo já tendo descoberto muitas traições e a abusividade dele. Pois é, esse texto me ajudou muito a ver como não estou sozinha e que o fato de eu sentir falta dele foi essa relação de dependência que ele criou em mim e nada mais. Eu de fato não o amava, fui manipulada por ele e levada a ter um sentimento de dependência e posse. Isso não é amor. Eu não preciso dele. E vou voltar a estudar! =)
ResponderExcluirEu Tbm já tive um relacionamento abusivo, ele entrou na minha vida como vitima da ex, dos filhos e de outros casinhos, empolgante, intenso, logo me convenci do homem ideal e sofredor que eu poderia ser feliz e faze-lo feliz. Não demorou muito, ele gritava, me ofendia, me humilhava, me afastou de todos amigos olhava no meu celular e as mensagens que encontrou de amigos foram motivos pra dizer que eu o traia sendo que eram mensagens de amigos realmente do tipo" Boa noite" sinto falta de conversar com vc" "Sinto falta do seu abraço amigo" e isto me rendeu meses anos chamada de vagabunda , terminamos mas sempre me pedia desculpa, me dava flores e vamos recomeçar, perdi minha logica de vida, vivia a vida dele entre freses de amor publicas e maus tratos a sós muita violência psicológica Até eu me libertar e enxergar que quem tem problema é ele não eu. Mas demorou sofri muito rendeu uma depressão e muita luta pra superar todas as consequências.
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