Por favor não me sigam. Peçam-me conselhos, façam-me perguntas, tenham em mim um caminho, mas por favor, não tenham em mim qualquer destino.
Eu tenho cá, comigo, um mapa muito bom que – assim acredito – está me levando onde eu quero ir. E seria bom se você viesse comigo, pois caminho é coisa que se faz enquanto anda, do contrário, uma estrada é só uma linha no chão. O movimento é o que dá o tom da rota; o mundo gira, mas por si só, não constitui viagem. Então, venha comigo. Mas não me siga.
Meu feminismo não é uma caça às bruxas. Se transformarmos isso num clube de delações, estaremos todos cegos. Surpresa? Cai o pano: eu sou machista! E como não? Se fui criada e militarizada dentro de meu gênero tanto quanto você. E passo de perto tudo o que você sente.
Eu tenho ciúmes.
E tenho medo de morrer.
Não acredito em Deus, mas tenho medo de demônio.
De filme de terror.
Eu choro, às vezes, de noite.
E acendo uma vela: vai que... né?
Já pedi por favor, não convém pedir desculpas. Não quero sentença, não quero perdão: não quero nenhuma saída cristã para os meus problemas. Talvez um pouco de dialética: se é pelos olhos da opressão que procuro esquadrinhar a saída, talvez não acabe levando algo dela, comigo? É possível. E a liberdade, onde fica? Isso eu não sei: virando uma esquina, depois de uma estrela, talvez...
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