terça-feira, 31 de maio de 2011

Isto não é um concurso

Seguindo a proposta desse Blog, nós, as caríssimas autoras, achamos que é hora de quebrar com essa merda de autoria, que só leva a autoridade. Onde já se viu, não é mesmo?, ficarmos brincando de casinha, de donas da verdade, sobrecarregando vocês de teoria, raiva e iconoclastia? Não é só disso que se faz um ativista, e tampouco este é meramente o espaço da nossa catarse. Não! Aqui também se brinca, também se pinta: peguem seus lápis de cor e sirvam-se das paredes do manicômio capitalista. Cansamos de tanto branco!

Como já foi dito, estamos aqui também para exercitar o nosso olhar e o nosso coração. Vamos brincar, não mais de sair à caça do digníssimo significado das obras de pura arte. Que tal um pouco de Calvinball nas nossas vidas? Por isso, o post de hoje não é nosso, mas seu, leitor: tudo quanto brote dos seus pensamentos e da sua boca quando se encontrar com o desenho aqui deixado. O post de hoje é publicado direto na sua mente, direto na sua alma.

Pra peteca não cair, para que essa não seja apenas uma pintura solitária pegando poeira em um blog inabitado, ESCREVA, comente, se EXPRESSE! E aqui começa o nosso não-concurso: vamos escolher aleatoriamente um texto dos leitores para ser nossa publicação de domingo. Ou todos, ou vários: suas danças, seus desenhos, seus suspiros todos são bem vindos nas paredes virtuais do manicômio! E se, ao deparar-se com o desenho, tudo que vier de vocês for silêncio, bom, que seja! Nós pensaremos outra coisa para cobrir o vazio... Paciência!

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2 comentários:

  1. Caju é minha fruta preferida!
    mais até do que toda eclésia que se faz com as saladas de frutas, uma orgia de caju (e de castanhas) é o céu onde a ideologia não alcançará jamais.

    Mas entre um cajueiro solitário e uma Ideolorgia, prefiro claro a segunda, porque árvore solitária é boa companhia para os pássaros que não comem frutos, porque frutos são filhos e filhas da fecundação. E para fecundar é preciso no mínimo 2. E com 2 ou mais já é orgia!

    Prefiro as saladas de frutas para aumentar a sensibilidade dos gostos, aumentar a subjetividade tão produtiva dos conflitos de vontades, de relações, de imagens e ações, prefiro as saladas de frutas que incluem tudo até o azul, como o mirtillo (uma fruta azul) e o absinto. Para as saladas de frutas que são apenas brancas, ou verdes, ou vermelhas; essas monotônicas dependem tanto da autoridade que precisam incluir em seu rótulo sua legenda, que diz: maçã: o fruto da árvore do conhecimento.

    Entre a árvore e o conhecimento, fico é claro com á árvore, porque nunca sei que frutos virão na primavera, e o conhecimento é (quase) sempre a sensação vazia das palavras pouco interpretadas. Gosto das maçãs, mas prefiro a pera, e a manga, e sobretudo jasmin e caju.

    Porque frutas não são só açúcar, nem são só cor, ou só cheiro, ou só época e estação. Frutas são sementes, são promessas, são presentes e são compromissos. A fruta é para o corpo o que o amor é para a vida: néctar.

    Pólen é a letra, o símbolo mínimo que faz das nuvens sentenças inteiras. E enquanto ideolorgia, sou tempestade.

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  2. O seu post me motivou a escrever sobre um sonho que eu tive esta noite.

    Tinha um cenário doméstico, outro público, outro de fronteiras internacionais e confrontos bélicos, políticos.

    Lembro de dois momentos, especificamente. As cores eram vermelho-cereja, bourdeaux, rosa, o céu azul-bebê. As pessoas tinham um aspecto grandioso.
    Um dos momentos era uma grande esteira da qual saíam pessoas, e ela me lembra arquitetonicamente a garagem de um shopping.
    Era uma figura de aspecto artificial, que tinha uma grande atribuição de poder a ela.

    As pessoas gritavam que ela era uma grande celebridade, que ela era o rei da Sandy. E Ele completava dizendo "o rei do mundo inteiro". Ele tinha um rabo de cavalo até a metade das costas, e giravava sobre uma plataforma móvel com os braços estendidos para a frente.

    Eu acordei indignado, e voltei a dormir para terminar meu período de sonho com uma lembrança melhor.

    Estava num espaço privado, em que estavam figuras fantasmagóricas e luxuosas. Duas delas lembravam Vinícius de Moraes e Hitler. Eles estranhamente se relacionavam num romance cheio de cumplicidade.

    A última cena do sonho era eu e você trancados num cubículo de passagem para um elevador subterrâneo. A entrada para este cubículo era numa sala de jantar luxuosa, de uma casa de praia subterrânea. Nós tínhamos que ir de elevador para longe da destruição daquela sala de jantar, e Vinícius e Hitler tentavam desesperadamente ir com a gente. Nós segurávamos a porta chorosos e desesperados, enquanto esperávamos pelo elevador.

    O elevador chegou e a última cena foi o casal explodindo em agonia ectoplásmica.

    Eu mudei alguns nomes.

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